
Problemas comuns
- Porque às vezes não conseguimos recordar dos nossos traumas?
- O psicólogo pode atender a família e os amigos íntimos?
Porque às vezes não conseguimos recordar dos nossos traumas?
O trauma trata-se de uma lesão na mente onde a agressão ou a experiência psicológica é muito violenta. Normalmente, o trauma é o resultado de um excesso, ou seja, sente-se um excesso de emoções ou uma grande quantidade de estresse naquela experiência.
NOTA: Algumas pessoas podem desenvolver transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) - consiste em reações disfuncionais intensas e desagradáveis que têm início após um evento extremamente traumático. Esses eventos podem ser vivenciados diretamente (por exemplo, sofrer uma lesão grave ou ser ameaçado de morte) ou indiretamente (testemunhar outras pessoas sofrendo lesões graves, morrendo, ou serem ameaçadas de morte ou tomar conhecimento de eventos traumáticos que ocorreram com familiares ou amigos próximos). Dura mais de um mês.
Quando o nosso corpo ou a nossa mente acreditam que estamos em perigo, eles ativam a função de sobrevivência e alguns hormônios específicos. Nesse momento, o nosso corpo desliga qualquer função desnecessária o que leva a um maior foco de sobrevivência e de raciocínio. Uma das funções que são consideradas desnecessárias para a nossa sobrevivência naquele momento, é a memória e é por isso que podemos ter uma memória vaga ou nenhuma memória de acontecimentos traumáticos. Claro que, as situações perigosas não são necessariamente situações para a nossa vida física, mas também para a nossa vida emocional e psicológica. Por exemplo, se alguma atividade ou evento fez nos sentir com ansiedade, angústia, tristeza, entre outras emoções, o nosso cérebro pode criar assim, uma situação de perigo. A memória não é assim, uma boa ferramenta para certas ocasiões, por isso devemos adquirir hábitos que não dependam tanto da nossa memória.
O psicólogo pode atender a família e os amigos íntimos?
É bastante comum, especialmente quando se é psicólogo, ouvir este tipo de perguntas vindo de pessoas próximas ou conhecidas, como por exemplo: familiares e amigos. As perguntas frequentes são do género:
"Mas porque não me podes atender?"
"Tu és Psicólogo, o que achas sobre este assunto? Como podemos resolver isto?"
"O que achas que eu tenho? Tenho algum problema psicológico?"
Existem várias situações onde os psicólogos são "convocados" a dar a sua opinião sobre tal assunto, por ele ser especialista nessa área, de modo a ajudar a resolver conflitos familiares ou cotidianos. O código de Ética dos Psicólogos não proíbe que os familiares ou amigos sejam atendidos pelo psicólogo, a decisão relativamente em atender ou não depende do profissional. Aquilo que pode interferir negativamente no processo terapêutico é a intimidade entre o psicólogo e o paciente do lado exterior do trabalho. Durante os atendimentos, para chegar a um objetivo, o psicólogo precisa de explorar a história do paciente, intervir com perguntas que muitas das vezes devem aprofundar a intimidade e as particularidades, o que pode prejudicar de alguma forma o relacionamento de "amizade ou familiar". O contrário pode ocorrer também, muitas das vezes o paciente pode optar por não revelar determinadas perguntas sobre si, porque não se sente suficientemente à vontade com o psicólogo. Isto mostra o medo de expor as suas intimidades e a sua relação fora da consulta. O processo acaba por ficar comprometido devido a essa falta.