Resumos

Genética

Agentes responsáveis pela transmissão hereditária

A hereditariedade é um conjunto de processos biológicos que por serem herdados, já nascem connosco. Baseia-se na transmissão das características dos pais à sua descendência.

A genética é o estudo do processo de transmissão das características individuais e a sua transmissão para a geração seguinte.

Células reprodutoras

O óvulo e o espermatozoide pertencem à mãe e ao pai que através da sua junção cria uma célula: o ovo.

Estas células são responsáveis pela transmissão das características hereditárias.

Ovo ou zigoto

Primeira célula do individuo (carrega a informação genética - contida nos cromossomas) que resulta da fecundação do óvulo, efetuada por um espermatozoide.

O ovo divide-se em duas. Cada uma das suas células contém a herança genética do pai e da mãe. Este processo de divisão dá-se por mitose.

É no momento da formação do ovo que recebemos todo o nosso património hereditário.

A mitose tem por função tem por função a produção das células novas e substituir aquelas que morrem.

Cromossomas

Os cromossomas situam-se no núcleo (estrutura complexa e encontra-se a informação genética). Transportadores de genes e constituídos quimicamente por ADN e proteínas.

O cariótipo é o número e a forma dos cromossomas característicos de cada espécie.

Cromossomas sexuais

Numa célula organizam-se em pares semelhantes.

23 pares de cromossomas: 22 pares comuns ao sexo e no total são 46 .´

  • XX: Mulher
  • XY: Homem

Nucleótidos: O seu número e sequência definem as características de cada ser vivo.

Genes

É um segmento de um cromossoma e este possui vários genes que são responsáveis pelas características físicas do individuo.

O genoma é o conjunto de genes que constituem o ser humano.

Genes em desenvolvimento

Tem uma função reguladora.

Define as dimensões e as diferentes formas dos órgãos, determinando o número, a forma e a localização das células que o formam ("genes arquitetos").

Distinção: Através do processo de construção do organismo (distingue-se dos traços fenótipos - cor de cabelo, olhos, etc).

  • Fundamental para a evolução e desenvolvimento: etapas de construção do cérebro.

ADN

Ácido desoxirribonucleico: molécula complexa.

Meiose e variabilidade genética

Quando ocorre a fecundação (fundem as células reprodutoras - óvulo e espermatozoide) o ovo resultante vai ter 46 cromossomas havendo 23 pares de origem materna e paterna.

A meiose é o processo de divisão das células sexuais que ocorre durante a fecundação. O número de cromossomas reduz-se para 23.

A variabilidade genética durante a meiose, ocorre duas divisões (I e II). É na divisão I que dá-se a redução do número de cromossomas e através dessa redução aumenta a variabilidade genética - conjunto de variações genéticas que existem entre os membros de uma população.

Influências genéticas e epigenéticas no comportamento

Hereditariedade especifica e individual

Existe dois tipos de características que transmitem-se geneticamente de pais para filhos:

  • Umas comuns a toda a espécie (hereditariedade especifica)
  • Outras mais originais, são próprias de cada um deles (hereditariedade individual)

Hereditariedade especifica

Corresponde à informação genética responsável pelas características comuns a todos os indivíduos da mesma espécie e que os diferencia de todas as outras espécies (exemplo: migração das aves, constituição de um rosto)

Hereditariedade individual

Corresponde à informação genética responsável pelas características de um individuo e que distingue de todos os outros membros da sua espécie.

Assim, todos os seres humanos tem a mesma hereditariedade específica, ou seja, aquilo que nos torna humanos e diferente da hereditariedade individual, aquilo que nos torna únicos.

Gene dominante e recessivo

Gene dominante

Aquele que produz efeito mesmo que esteja presente em apenas um dos cromossomas par.

Gene recessivo

Aquele que só produz efeito quando está presente no dois cromossomas par.

Genótipo e fenótipo

Genótipo

  • "Origem"

Corresponde ao conjunto de genes que constituem as determinações genéticas herdadas.

  • Constituição genética de um individuo
  • Projeto genético de um organismo

Fenótipo

  • "Parecer"
  • Aparência de um individuo

Conjunto de características observáveis que resultam da interação entre o genótipo e o meio ambiente. Conjunto de caracteres individuais de origem genética.

Fatores hereditários e fatores ambientais

A aparência de uma pessoa é determinada pelo genótipo, ou seja, pelo património hereditário e pelo meio ambiente.

Por isso, a pessoa resulta da interligação destes fatores, a nossa complexidade deriva-se daquilo que herdamos e dos fatores do meio.

Gémeos

Podem ser verdadeiros (monozigóticos ou homozigóticos) ou falsos (dizigóticos ou heterozigóticos).

Gémeos verdadeiros

  • Resultam do desdobramento do ovo
  • Origem num único ovo que se divide em dois, origina dois embriões idênticos
  • Estudam os gémeos homozigóticos ou monozigóticos para se estudar o processo de transmissão genética.

Gémeos falsos

  • Resultam da fecundação de dois óvulos por dois espermatozoides distintos
  • Cada um possui a sua própria identidade

Preformismo e Epigénese

Preformismo

Teoria: sustenta a ideia de que no ovo já estão presentes todas as características futuras, independentemente do meio em que decorre o seu desenvolvimento.

Posição determinista do desenvolvimento: nenhuma característica vai aparecer resultante o meio.

Programa geneticamente preestabelecido (o ser humano constitui-se em obediência).

Tese: o desenvolvimento individual tem um rumo pré-determinado (programação inscrita no código genético).

Epigénese

Posição construtivista do desenvolvimento: resulta de fatores genéticos e ambientais (combinação)

Os genes não são exclusivos na determinação de características do ser humano.

Tese: o desenvolvimento do indivíduo processa-se através da ação recíproca entre a genética e o ambiente.

Ambiente e desenvolvimento epigenético

Aquilo que nos constitui resulta da interação de fatores genéticos com fatores ambientais.

Meio pré-natal

  • Muitos fatores ambientais se fazem sentir sobre o embrião
  • O tabaco provoca partos prematuros e hipertrofia do feto

Outros fatores

  • Toxicodependência
  • Más condições de higiene
  • Precária saúde da mãe
  • Deficiente alimentação
  • Perturbações emocionais

Estes fatores podem ameaçar o ser em formação.

Meio pós-natal

  • Existe um potencial genético para a estatura, para o peso, para a inteligência e para todas as características fisiológicas e psicológicas.

Estes fatores só adquirem expressão no individuo com a intervenção de elementos epigenéticos.

Complexidade do ser humano e o seu inacabamento biológico

O homem é uma estrutura complexa. À medida que a cerebralização foi-se processando a complexidade foi-se instalando. Os seres humanos seguem todos na mesma direção, como se tivessem programados a seguir um caminho único da vida.

Filogénese e ontogénese

A filogénese é o conjunto de processos de evolução dos seres vivos (explica o aparecimento das espécies e a sua diferenciação).

MAIS ELEMENTARES ==================================================================> MAIS COMPLEXOS

  • História evolutiva de uma espécie.

A ontogénese é o desenvolvimento de um indivíduo desde a fecundação até à velhice (desenvolvimento individual)

Programa genético

Todos nós temos um programa, assim como os seres vivos tem a sua programação, os animais e por exemplo as flores, também têm. Ou seja, existe um programa de desenvolvimento:

  • Exemplo das flores: passa por diferentes fases e o seu florescimento, dado com as condições ambientais adequadas, vai ter características que a distinguem de todas as outras.
  • Exemplo dos animais: têm um programa que os leva a agir e a viver de uma dada forma - condições de sobrevivência e reprodução.

Programa genético fechado

Baseia-se nos comportamentos de uma determinada espécie. Os animais estão instintos na natureza, porque resultam do código genético próprio de cada espécie.

  • Através da conduta, os animais fazem aquilo que devem fazer relativamente à situação ocorrida.
  • Conduta: estáveis e uniformes

Programa genético aberto

Aquilo que distingue os seres humanos dos animais é o facto das suas ações não serem definidas por um programa fechado.

  • Baseia-se no comportamento pelo homem através do meio ambiente e com aquilo que aprendeu.
  • Ao contrário dos animais, o homem tem de aprender ou inovar conforme a situação ( forma mais adequada)

Prematuridade e neotina

Aquilo que difere os homens dos outros animais será o seu inacabamento biológico. Isto é, assim que os animais nascem estão já preparados para as tarefas que terão de desempenhar ao longo da sua vida, o que não acontece com os seres humanos. Ao nascer, é prematuro, um ser biologicamente inacabado, porque ainda não tem capacidades e competências desenvolvidas. A sua imaturidade explica a razão da sua infância ser tão longa: período de acabamento do processo de desenvolvimento - a duração do período de imaturidade é essencial para a sobrevivência e adaptação.

  • Crescimento físico: só se completa depois dos 20 anos.

NOTA: O cérebro continua a crescer depois do nascimento.

A neotina é o atraso no desenvolvimento que faz com que o indivíduo desenvolva-se mais devagar (características juvenis mantem-se na idade adulta). A cerebralização (processo de desenvolvimento do cérebro) está ligado ao retardamento ontogenético - prolongamento do período da infância e da adolescência.

  • Genes de desenvolvimento fazem o ser humano um ser neoténico.

Progressos de cerebralização ==================> retardamento ontogenético ===================> "juvenilização"

Vantagens do inacabamento biológico

Arnold Gehlen diz que o homem é um "ser aberto ao mundo". Aberto a múltiplas potencialidades, adapta-se ao meio através da natureza biológica e cria a necessidade de adaptação. Como a prematuridade e o inacabamento implicam um prolongamento da infância e da adolescência vão ter a condição necessária de adaptação.


Cérebro

Elementos estruturais e funcionais do sistema nervoso

O sistema nervoso é responsável pelos comportamentos simples (reflexos) e complexos (pensamento, memória, imaginação e a linguagem). Os processos iniciam-se nos órgãos dos sentidos (mecanismos de receção ou recetores) - visão, audição, tato, etc., que captam as informações do meio.

  • As informações recebidas pelos recetores são coordenadas, processadas e tratadas pelo sistema nervoso e ainda determinam as respostas aos estímulos que receberam - mecanismos de coordenação ou de processamento (sistema nervoso central e periférico).
  • Músculos e as glândulas que efetuam as respostas, isto é, a reação aos estímulos (mecanismos de reação ou efetores).

Mecanismos

  • De receção ou recetores: órgãos que recebam os estímulos do meio externo ou interno. São os órgãos dos sentidos (ex: visão).
  • De coordenação ou de processamento: são o sistema nervoso central e periférico. Estes dois sistemas coordenam as informações recebidas pelos recetores e determinam as respostas concretizadas pelos efetores.
  • De reação ou efetores: são os músculos e as glândulas que efetuam as respostas.

Neurónio

Elemento estrutural básico do sistema nervoso.

Dois tipos principais de células: neurónios e células gliais.

Os neurónios são células especializadas, responsáveis pela maior parte das funções do sistema nervoso. Recebem e transmitem sinais eletroquímicos.

As células gliais facultam os nutrientes (oxigénio e glicose) que alimentam, isolam e protegem os neurónios.

Constituição do neurónio

O corpo celular contém o núcleo que é o armazém de energia da célula.

As dendrites são as extensões do corpo celular. As dendrites permitem que o neurónio tenha uma maior superfície de recessão e emissão de mensagens. Também recebem e transmitem informação para outras células na qual o neurónio tem contacto.

O axónio é o prolongamento mais extenso do neurónio e transmite as mensagens de um neurónio a outro. Prolonga-se a partir do corpo celular e termina num conjunto de ramificações: telodentrites ou terminais axónicas. Existe axónios que estão envolvidos por camadas de mielina (substância branca de matéria gorda - explica-se a cor branca do interior do cérebro - axónios mielinizados) e outros por substância cinzenta (explica-se a cor cinzenta do exterior do cérebro - neurónios cujos axónios não estão envolvidos por mielina).

  • Constituem uma fibra nervosa: axónio e as dendrites.
  • Conjunto de fibras nervosas: nervos.

Tipos de neurónios

  • Aferentes ou sensoriais: recolhem e conduzem as mensagens da periferia para os centros nervosos (espinal medula e encéfalo)
  • Eferentes ou motores: transmitem as mensagens dos centros nervosos para os órgãos efetores (ex: contração do músculo).
  • De conexão ou interneurónios: interpretam as informações e elaboram as respostas (atividade destes torna possível as emoções, a capacidade intelectual e comportamental.

Sinapse e comunicação nervosa

Através da sinapse as mensagens são transmitidas. A sinapse é uma junção funcional em que ocorre a transmissão de informação entre dois neurónios ou um neurónio e uma célula.

A função principal do neurónio é a transmissão de impulsos nervosos. Quando um neurónio é estimulado cria uma corrente. Essa corrente, constituída pelos impulsos nervosos e que circulam nos nervos, dá-se por influxo nervoso - instrução dada à célula que recebe para fazer qualquer coisa.

Mensagem e influxo nervoso ======> "corrente elétrica"

A comunicação nervosa começa pela captação do estímulo, são as dendrites que captam. Os sinais são integrados. Gera-se um impulso nervoso. O impulso nervoso é transmitido ao axónio e leva às ramificações axónicas. Etas aproximam-se das dendrites transmitido o sinal através da sinapse.

Funcionamento global do cérebro

O sistema nervoso possui dois subsistemas:

  • Sistema nervoso central;
  • Sistema nervoso periférico.

O sistema nervoso central é constituído pela espinal medula e pelo encéfalo.

  • Processa as informações e coordena as informações.

A espinal medula encontra-se no interior da coluna vertebral e o encéfalo encontra-se na caixa craniana.

Sistema nervoso central

Espinal medula

  • Constituição: substância branca (exterior) e cinzenta (interior).
  • Estruturalmente: prolongamento do cérebro.
  • Funções: coordenação e condução.

A função de coordenação é a coordenação da atividade reflexa. Sabendo que o ato reflexo é uma resposta imediata ou automática. Assim, a espinal medula controla o reflexo rotular e pupilar.

A função de condução é a transmissão de mensagens do cérebro para o resto do corpo. A espinal medula recebe os nervos sensoriais que contém a sensação de dor, temperatura e de toque. Depois, conduz ao cérebro na qual irá processar estas informações em áreas específicas. Também pode acontecer o contrário (o cérebro conduz as informações à espinal medula) neste caso, os músculos produzirem o movimento.

NOTA: Uma lesão na parte inferior dá-se por paraplégica, uma lesão na parte superior dá-se por tetraplégica.

Encéfalo

  • Localização: interior do crânio

As meninges, que são três membranas, protegem o interior do crânio.

  • Constituição: conjunto de estruturas especializadas que funcionam de forma integrada de modo a assegurar o comportamento humano.

Estruturas que constituem o encéfalo

  • Hipófise: glândula que controla e conduz a atividade do sistema endócrino.
  • Hipotálamo: relação direta com a hipófise, regula o sistema endócrino, a fome, a sede, o impulso sexual, etc...
  • Corpo caloso: liga os dois hemisférios.
  • Córtex cerebral: controla os movimentos voluntários, a perceção, o pensamento, etc...
  • Tálamo: recebe e transmite informação de e para o córtex cerebral.
  • Formação reticular: desempenha um papel importante na atenção, memória, sono e estado de alerta.
  • Cerebelo: coordena os movimentos e assegura a manutenção do equilíbrio.
  • Bolbo raquidiano: controla as funções vitais (ritmo cardíaco, respiração e a pressão arterial).

Sistema nervoso periférico

Sistema nervoso somático > movimentos voluntários         Sistema nervoso autónomo > movimentos involuntários

                      \/              \/                                                                      \/                      \/

Nervos sensoriais     Nervos motores                                   Divisão simpática    Divisão parassimpática

                                                                                                              \/                      \/

                                                                                                          Excita                Inibe

Excita: preparação do corpo caloso para situações de perigo.

Inibe: acalma o corpo após o perigo.

Funcionamento sistémico do cérebro

Não existe qualquer relação entre as irregularidades da caixa craniana com as nossas características e capacidades. O cérebro é o maior, tem carater único devido à organização de determinadas funções.

Hemisférios cerebrais

Todos nós temos um cérebro dividido em dois hemisférios, o direito e o esquerdo.

Estão separados por uma fissura longitudinal e ligados por m sistema de fibras nervosas, o corpo caloso.

O córtex cerebral ("casca" - grego) é a camada cinzenta (3 a 4 milimetros).

Os hemisférios controlam a parte oposta do corpo devido aos feixes nervosos.

A laterização é a assimetria entre o lado direito e esquerdo do corpo.

Hemisfério direito

  • Formação de imagens
  • Relações espaciais
  • Perceção de formas e cores
  • Tonalidades afetivas
  • Pensamento concreto

Hemisfério esquerdo

  • Pensamento lógico/abstrato
  • Linguagem verbal
  • Discurso
  • Cálculo
  • Memória

Os dois hemisférios tem funções especializadas e o seu funcionamento é complementar.

Lobos cerebrais

O lobo cerebral trata-se de um órgão complexo na qual reflete-se na nossa evolução como espécie. Este possui dois hemisférios (o direito e o esquerdo) que têm funções especializadas, o que torna o seu funcionamento complementar. Cada hemisfério possui quatro lobos e cada um dos lobos integra áreas corticais. Neste caso temos o lobo: frontal, parietal, occipital e temporal.

O nosso cérebro vai aos poucos adaptando-se com cada experiência e são os lobos cerebrais que vão facilitar cada um desses processos. Ou seja, vai existir uma harmonia entre os quatro lobos, pois eles não trabalham somente para uma determinada característica, o que significa que o funcionamento de uma dada região não pode ocorrer sem a presença da outra.

Lobo frontal

Localização: parte da frente do cérebro.

Acontece o planejamento de ações e movimentos, bem como o pensamento abstrato. Nele estão incluídos o córtex motor e o córtex pré-frontal. O córtex motor é responsável pelos movimentos da responsabilidade dos músculos, sendo que o córtex motor do hemisfério direito controla o lado esquerdo do corpo do indivíduo, enquanto que o do hemisfério esquerdo controla o lado direito. A área de Broca é responsável pela linguagem falada, pela produção do discurso.

As áreas pré-frontais são responsáveis pelas principais funções intelectuais (relacionadas com a memória o que permite: recordar do passado, planear o futuro, resolver problemas, antecipar acontecimentos, refletir, tomar decisões e organizar o pensamento).

Lobo parietal

Localização: região superior do cérebro.

Constituição: duas subdivisões, a anterior e a posterior. A primeira, também chamada de córtex somatossensorial, tem a função de possibilitar a perceção de sensações como o tato, a dor e o calor. Por ser a área responsável em receber os estímulos obtidos com o ambiente exterior, representa todas as áreas do corpo humano. É a zona mais sensível, logo ocupa mais espaço do que a zona posterior, uma vez que tem mais dados a serem interpretados, captados pelos lábios, língua e garganta. A zona posterior é uma área secundária que analisa, interpreta e integra as informações recebidas pela anterior, que é a zona primária, permitindo ao indivíduo se localizar no espaço, reconhecer objetos através do tato, etc.  

Lobo occipital

Localização: parte inferior do cérebro e cobertos pelo córtex cerebral.

Os lobos occipitais processam os estímulos visuais, daí também serem conhecidos por córtex visual. Possuem várias subáreas que processam os dados visuais, recebidos do exterior depois destes terem passado pelo tálamo, uma vez que há zonas especializadas para a visão da cor, do movimento, da profundidade, da distância e assim por diante. Depois de passarem por esta área, chamada área visual primária, estas informações são direcionadas para a área de visão secundária, onde são comparadas com dados anteriores, permitindo assim o indivíduo identificar objetos, animais, pessoas e por ai adiante. O significado do que vemos, porém, é dado por outras áreas do cérebro, que se comunicam com a área visual, considerando as experiências passadas e nossas expectativas. Isso faz com que o mesmo objeto não seja percecionado da mesma forma por diferentes indivíduos.

Assim, a área visual primária recebe-se a informação visual e a área visual secundária coordena-se os dados recebidos na área visual primaria permitindo reconhecer objetos.

Lobo temporal

Localização: acima das orelhas.

Função principal: processar os estímulos auditivos.

Encontram-se os lobos temporais. Como acontece nos lobos occipitais, as informações são processadas por associação. Quando a área auditiva primária é estimulada, os sons são produzidos e enviados à área auditiva secundária, que interage com outras zonas do cérebro, atribuindo um significado e assim permitindo ao indivíduo reconhecer o que está a ouvir.

Assim, a área auditiva primaria recebe os sons elementares e a área auditiva secundária identifica e área de reconhece os sons recebidos na área auditiva primária.

Apesar de o cérebro estar dividido em partes, funciona como um todo. Uma função perdida devido a uma lesão pode ser recuperada por uma área vizinha da zona lesionada, função vicariante. Esta função faz com que as pessoas que perderam a fala, devido a um acidente cerebral, recuperem a capacidade perdida.

A plasticidade do cérebro explica o facto de outras regiões do cérebro poderem substituir as funções afetadas por lesões cerebrais.

Conclui-se assim, que o cérebro funciona de uma forma sistémica, pois forma um conjunto de elementos que o constituem e que funcionam de forma integrada. 

O cérebro e a capacidade de adaptação e autonomia do ser humano

O desenvolvimento do cérebro humano desenrola-se de forma muito lenta.

Ao nascer, o ser humano apresenta um cérebro imaturo, inacabado.

O processo de desenvolvimento, de amadurecimento pós-natal é lento e é essa lentidão que vai trazer vantagens ao possibilitar a influência do meio, ou seja, uma maior capacidade de aprendizagem.

É o caracter embrionário do cérebro (inacabamento) que permite a adaptação biológica do individuo,

O cérebro é um órgão que apresenta múltiplas configurações, por isso não existe nenhum cérebro igual.

Processo de individualização >>> que ultrapassa as definições genéticas >>> deve-se >>> à plasticidade do cérebro

A plasticidade do cérebro é a capacidade do cérebro de remodelar-se em função das experiencias, em reformular as suas conexões em função das necessidades e dos fatores do meio ambiente.

As redes neuronais modificam-se em função das experiencias vividas e é a plasticidade fisiológica que permite a aprendizagem ao longo de toda a vida. 


Cultura

Fatores importantes no processo do tornar-se humano

As características dos seres humanos são as capacidades para produzir e lidar com símbolos e para criar e servir-se de instrumentos.

Estas competências específicas, possibilitadas pela rede neuronal complexa do cérebro, desenvolvem-se no convívio com as outras pessoas, através de aprendizagens feitas com os outros.

A sociabilidade toma-se uma necessidade radical, pois só na interação com os outros é que adquirimos condutas capazes de compensar a indigência biológica da espécie, completamente desprovida de instintos.

Para além da estrutura anatómica e fisiológica, herdamos a abertura aos outros -> Ser humano como animal gregário

Existe no ser humano uma predisposição genética para a sociabilidade, relacionando-se com outras predisposições inatas que fazem parte da bagagem logo à nascença:

- Competências percetivas (órgãos sensoriais para captar o mundo, mediante a discriminação de estímulos visuais, auditivo, tácteis, olfativos, etc.

- Competências cerebrais (maturação pré e pós-natal dos mecanismos corticais em correlação com o desenvolvimento de uma rede complexa de neurónios, que permite a manifestação de capacidades especificamente humanas).

- Competências simbólicas (entre as capacidade que se incluem no património hereditário, existe a predisposição para a criação de sistemas linguísticos, essencial para a interação com as pessoas).

- Competências relacionais (Predisposição à nascença para se relacionar com os outros).

  • Estas capacidades não são entregues de modo acabado, necessitando de um meio social propício.

O caso das "crianças selvagens" mostra que o ser humano só consegue completar a sua natureza no convívio com os outros, pois ao tentar reeduca-las, apenas se conseguiram resultados parciais, visto que o desenvolvimento das potencialidades hereditárias ficou atrofiado devido à ausência de estimulação social e humana durante os primeiros tempos de vida.

  • O período de maturação das estruturas biológicas herdadas tinha sido ultrapassado.

O desenvolvimento social ocorre com o desenrolar de dois aspetos:

- Integração: O desenvolvimento social permite que o individuo se integre no grupo, ajustando as suas condutas às regras sociais vigentes.

- Diferenciação: O desenvolvimento social permite que o indivíduo construa a sua identidade de modo único, tendente à conquista de um lugar adequado na sociedade. 

Socialização

Processo pelo qual o individuo se integra no grupo social, adquirindo as atitudes, as crenças e os valores mais significativos da cultura desse grupo e assumindo-os como seus.

O indivíduo faz uma aprendizagem dos traços da cultura da sociedade em que vive.

Processo de interiorização de atitudes, costumes, valores, normas e modos de agir característicos de uma comunidade os quais tendem a ser reproduzidos pelas gerações vindouras.

Esta socialização é feita de forma espontânea, sem nos apercebermos que os outros têm intenção de nos condicionar.

Processo de socialização

Grupos primários:

  • família
  • vizinhos
  • grupo de pares
  • escola

Vida em comum, relações pessoas e intimas e comunicação direta entre os membros.

Grupos secundários:

  • empresas
  • associações

Comunicação não direta entre os membros, visam objetivos específicos e as relações são contratuais.

Os agentes de socialização são aqueles que fazem parte dos grupos (ex.: família)

Tipos de socialização

  • Socialização primária: decorre essencialmente durante a infância e adolescência e tem por objetivo a aquisição de um conjunto de hábitos necessários para uma adaptação às mais diversas situações da vida quotidiana (Ex. aquisição de hábitos de alimentação, habituação no domínio da linguagem).

  • Socialização secundária: processo de adoção de novas atitudes e novos comportamentos que permitem aos adultos continuar a viver integrados na comunidade; ocorre a propósito de alterações significativas na condição social das pessoas (Ex. entrada no mundo do trabalho, mudança de estado civil). Adaptação implicada na socialização é ativa, pois a submissão às normas é desejada pelo indivíduo que reconhece a necessidade de se integrar socialmente. O indivíduo não segue estereotipada mente os ditames sociais, mas integra algo pessoal que vai influenciar também os grupos sociais que deseja integrar-se. 

Cultura e os seus padrões

A cultura é uma totalidade que integra:

  • conhecimentos
  • crenças
  • valores
  • normas, leis
  • costumes
  • objetos e construções
  • formas de arte
  • práticas socais

Os carateres inatos (natureza dada) perdem terreno em favor de carateres adquiridos e de influência social (natureza adquirida Cultura).

Elementos da cultura: tudo o que é humano é cultura, desde o que o homem faz, até àquilo que diz e que pensa (aspetos material e espiritual).

- Materiais: alimentação, vestuário, habitação, vias de comunicação, etc...

- Imateriais: valores, normas, crenças, costumes, práticas sociais, artes, etc...

A cultura desenvolveu-se a partir do momento em que se começaram a sentir necessidades de segunda ordem, derivadas das necessidades primárias ou biológicas (Ex. necessidade de fabricar veículos motorizados como resposta à necessidade de deslocamento).

Papel da cultura: mostrar como devemos comportar e pensar e sobre o que devemos esperar dos outros.

Todas as comunidades humanas possuem cultura.

Padrões culturais

  • Formas coletivas de comportamentos que permitem aos seres humanos aferir a sua conduta e prever a conduta dos outros.
  • O facto de as comunidades obedecerem a padrões culturais contribui para homogeneizar as pessoas dentro de uma cultura, diferenciando-as das pessoas de outras culturas.
  • Cada cultura tem um enquadramento geográfico, social e histórico próprio e, consequentemente, os membros que lhe pertencem apresentam formas de conduta específicas.

Vantagens dos padrões culturais:

- Contribuem para facilitar a adaptação dos indivíduos á comunidade, pois uma vez adquiridos identificam-se com hábitos sociais, permitindo-nos sair bem nas diversas situações.

- Úteis pelo seu poder cognitivo e preditivo, pois dão-nos um conhecimento antecipado acerca dos hábitos, gostos, preferências da sociedade em que vivemos, permitindo que atuemos de acordo com o que ela espera de nós.

A cultura de uma comunidade, a socialização enquanto os processos de integração nessa comunidade e as normas e os padrões cujo seguimento permite tal integração são os fatores de ordem aprendida que nos permitem atualizar e completar a nossa natureza humana; possibilitam a sobrevivência e a adaptação aos outros e às condições do meio, e fazem com que possamos progredir na nossa realização pessoal.


A mente

Processos cognitivos, emocionais e conativos

  • O cérebro é a base fisiológica da mente, mas o seu conhecimento especializado não é suficiente para esclarecer os processos que nela ocorrem.
  • Outrora, a mente era perspetivada como uma série de componentes cognitivas ou intelectuais, independentes umas das outras.
  • Tinha-se uma composição muito restrita de mente, associando-a a funções meramente cognitivas, nada tem a ver com o corpo, com a sensibilidade e com as emoções.
  • As conclusões dos estudos feitos pelos neurocientistas atestam que a mente é um sistema de interações organizadas de modo complexo.

Estas conclusões conduzem também a um conceito mais alargado de mente, agregando processos intelectuais, afetivos e conativos que constituem uma unidade global integral e não estanque:

Processos cognitivos (Saber/ Pensar) - conhecer - o quê?

- Atividades mentais implicadas na compreensão, no processamento e na comunicação do saber.

- Tendem para a objetividade e para a impessoalidade, em virtude de pressuporem a existência do mundo exterior; os estados mentais resultantes da nossa cognição podem ser mais ou menos aferidos por referência aos objetos e às situações.

Processos emocionais (Sentir) - como?

- Aspetos afetivos, agradáveis ou desagradáveis, que acompanham a vivência das situações.

- Tendem para a subjetividade e para a individualidade; por consistirem em vivências do sujeito, torna-se inviável a sua comparação com padrões existentes fora da pessoa.

Processos conativos (Agir) - porquê?

- Aspetos ativos associados às motivações e às intenções que dinamizam o sujeito para a ação.

- Vocacionados para ação, associam-se à vontade e expressando-se em comportamentos; são a base das respostas aos estímulos do meio, do fabrico de objetos e instrumentos, da modificação da realidade e da melhoria das nossas condições de vida. 

O carácter específico dos processos cognitivos

A perceção, memória, emoções, linguagem e a inteligência são necessários para ler e interpretar algo. 

A mente humana trata-se de um sistema integrador de processos para a interação com o mundo e para a nossa capacidade adaptativa.

A trilogia da mente:

  • Processos cognitivos;
  • Processos emocionais
  • Processos motivacionais

Existe três processos cognitivos:

  • Sensação e perceção
  • Memória
  • Aprendizagem

Os processos cognitivos são atos e processos de conhecimento. Possui mecanismos que permitem assim: adquirir, tratar, conservar, ponderar, explorar e utilizar informação com origem no meio.

A sensação são os nossos sentidos que têm por base a comunicação com o mundo. São recetores sensoriais que se localizam nos órgãos dos sentidos que recebem a energia do estímulo. Essa energia transforma-se num impulso elétrico que segue pelos neurónios até ao cérebro.

A perceção baseia-se no processamento posterior da informação sensorial, que o resultado são as construções mentais dos estímulos.

Assim, quando a informação sensorial chega ao cérebro, é possível distinguir a sensação de perceção. Estes são o princípio e o fim de um processo contínuo.

Quando percebemos e organizamos a realidade, existe:

  • Distinção entre figura e fundo
  • Proximidade, semelhança, continuidade e fechamento (principais leis da perceção) - pesquisa autónoma - temas da psicologia
  • Perceção de profundidade
  • Constância percetiva

Os nossos processos percetivos encontram-se dependentes de fatores inatos (ex: experiências com o precipício visual de Eleanor Gibson e Richard Walk) e de fatores adquiridos (ex: a ilusão de Ponzo).

Os fatores que condicionam o processo percetivo podem ser:

  • Internos: como a memória, motivações, expectativas, experiências passadas, aprendizagem cultural e social, estados emocionais, valores e atenção.
  • Externos: como a intensidade, novidade, contraste, movimento, incongruência, etc.

A atenção divide o campo percetivo em duas partes:

  • Foco: percebemos claramente
  • Margem: estamos vagamente conscientes

Assim, a mudança de atenção varia de fatores da situação externa ou interna.

Os fatores da situação externa referem-se :

  • Intensidade e tamanho
  • Contraste
  • Movimento
  • Repetição

A memória corresponde à habilidade para adquirir e conservar informação de uma experiência passada com base no processos mentais que são a codificação, a retenção e a recuperação, sendo estes processos interdependentes.

Codificação: informação chega à memória.

Armazenamento ou retenção: informação mantida na memória.

Recuperação: informação é trazida à memória.

A atenção, a repetição e a recuperação são processos importantes para a transição de informação.

Memória sensorial: informação que não prestamos atenção é perdida.

\/ atenção

Memória de curto prazo: informação que não é repetida é perdida. < repetição

        /\ Recuperação

Memória de longo prazo: alguma informação pode ser perdida com o passar do tempo.

Memória de curto prazo:

  1. Memória imediata: registo das nossas experiências e conserva a características de um estimulo em segundos. (ex.: visual, acústica)
  2. Memória de trabalho: a informação mantém-se se repetirmos várias vezes (por ex: um número). Estas informações podem desaparecer ou passar para a memória a longo prazo. É responsável pelo registo de movimento (memória sensorial visual) e pela compreensão de palavras e frases (memória auditiva).

Memória de longo prazo:

É ilimitada, permanente e construída, onde armazena os conhecimentos que possuímos de nos mesmos e do mundo durante um longo período de tempo.

  1. Memória não declarativa ou implícita: saber/fazer. Reter e processar informações que não podem ser verbalizadas. Trata-se de uma memória automática e reflexa. Sem registo. São facilmente recuperadas.
  2. Memória declarativa ou explícita: consciência do nosso passado permitindo assim, narrar um facto ou acontecimento. Com registo.

2.1. Memória episódica: experiências marcantes (lembranças da vida pessoal)

2.2. Memória semântica: conhecimentos e informações adquiridas ao longo da vida.

Memória e o esquecimento:

  • Processo inerente à memória
  • Essencial para a aquisição de novas informações
  • Faz parte do processo de seleção
  • Não é uma doença
  • Vertente positiva

Explicações para o esquecimento:

  • Codificação ineficaz (falha do processo de evocação, lesões)
  • Teoria da interferência: inibição retroativa (nova informação) e inibição retroativa (experiências anteriores que distorcem o presente, ex: hábitos do passado que influenciam o presente - erros ortográficos, usar o travão de mão)
  1. Esquecimento motivado: enviar para o inconsciente conteúdos traumáticos, recordações angustiantes ou ameaçadoras que causam mal estar no individuo e assim toa-se incapaz de recordar o que ao esquecimento.

Memória >>>> processo ativo ( 1 - desenvolve-se 2 - Deteriora-se 3 - Envelhece )

Memória >>>> valor adaptativo ( memorizamos tudo aquilo que é útil para nós )

Memória >>>> fatores ( 1 - fisiológicos 2 - emocionais 3 - individuais 4 - culturais )

Aprendizagem: Alteração relativamente estável do comportamento ou do conhecimento, devida à experiência, ao treino ou ao estudo.

Condicionamento: é um processo em que associamos um estímulo condicionado a um estímulo natural, a repetição desta associação leva o indivíduo a reagir ao estímulo condicionado do mesmo modo que reagiria ao estímulo natural.

O condicionamento clássico assenta no binómio: estímulo-resposta:

  • Estímulo: é um elemento do meio que produz um efeito sobre o organismo, levando-o a alteram o seu comportamento.
  • Resposta: é a atividade do organismo que sucede à captação do estímulo (movimento, pensamento, emoção, secreção)

Condicionamento operante: Caixa de Skinner - experiência do rato. Quando o rato estabeleceu uma associação entre a resposta operante (premir a alavanca) e o reforço (alimento), concluiu a aprendizagem, ficou condicionado a premir a alavanca para comer.

Reforço: Qualquer estímulo que surge em consequência de um comportamento e que aumenta a sua ocorrência.

  • Reforço positivo: estímulo apetecível que aumenta a frequência do comportamento
  • Reforço negativo: o retirar do estímulo aversivo que aumenta a frequência do comportamento

Castigo: Qualquer estímulo que surge em consequência de um comportamento e que diminui a sua ocorrência

Aprendizagem social: Segundo Bandura este tipo de aprendizagem ocorre pela observação das condutas daqueles com quem vivemos (a maior parte dos comportamentos das crianças são aprendidos por imitação de modelos - Modelagem)

De acordo com Bandura, as pessoas podem aprender diretamente ou indiretamente:

  • A aprendizagem direta é feita através de aquisições por reforço ou castigo direto em que as consequências positivas ou negativas dos atos recaem sobre o sujeito que os pratica.
  • A aprendizagem indireta faz-se por reforço negativo ou castigo indireto ou vicariante em que os modos de proceder são indicados pela observação das consequências positivas e negativas que recaem nos outros.

Assim, o reforço vicariante consiste na aprendizagem feita pela observação das consequências de determinados comportamentos.

Memória: Processo de recordar conteúdos aprendidos que foram armazenados para serem utilizados em momentos posteriores.

Aprendizagem e memória são processos indissociáveis pois só se retém na memória aquilo que foi aprendido; e só se considera aprendido aquilo que se reteve na memória. Deste modo, sem memória, as aprendizagens teriam de estar constantemente a ser adquiridas, o que significa que não ter memória seria o mesmo que não ter aprendido nada.

Distorção do traço mnésico acontece quando existem alterações que baralham o que inicialmente foi aprendido. Deve-se a falhas que podem ocorrer na codificação, no armazenamento ou na recuperação de conteúdos.

  • Falhas na codificação: algo foi deturpado pela significação que cada um atribuiu aquilo que memorizo
  • Falhas no armazenamento: o que possuímos armazenado na memória de longo prazo está sujeito a falhas que acontecem por via do tempo.
  • Falhas na recuperação: existe interferência de outras informações ou supressão de um acontecimento ou pensamento que provoca perturbação no sujeito.

Esquecimento por inibição proativa: há esquecimento provocado pelas interferência de recordações passadas

Esquecimento por inibição retroativa: há esquecimento pela interferência de novas informações

Segundo Freud nós esquecemos o que inconscientemente nos convém - temos uma motivação inconsciente para o esquecimento, evitamos assim os acontecimentos penosos e as situações angustiantes, este processo designa-se por recalcamento, as memórias objeto de recalcamento não são recuperadas por um ato de vontade. O recalcamento funciona como um mecanismo de defesa afasta determinadas recordações de modo a evitar os conflitos internos.

Caráter específico dos processos emocionais e conativos

Emoção

Características das emoções:

  • Têm um tempo 
  • Variam de intensidade 
  • Refletem alterações corporais, expressões faciais, aceleração do ritmo cardíaco.
  • Têm causas ou objetos a que se dirigem, acontecem a propósito de algo
  • São versáteis - aparecem e desaparecem rapidamente.
  • Têm uma polaridade: são positivas ou negativas
  • Não são determinadas pelos factos, mas sim pela interpretação desses factos

Afetos: Estados psicológicos elementares que determinam sensações agradáveis ou desagradáveis no indivíduo, em função dos sentimentos que nutre em relação a pessoas ou outros seres.

Emoções: Reações curtas e intensas do organismo a um acontecimento inesperado, que são acompanhadas de uma tonalidade afetiva agradável ou desagradável.

Sentimentos: Estados afetivos relativamente estáveis de média intensidade e com papel moderador nas relações que o sujeito estabelece com a realidade

Diferença entre emoções e sentimentos:

Emoções:

  1. Exterior
  2. Públicos
  3. Consegue-se observar
  4. Grande intensidade
  5. Duração breve
  6. Reconhecemos o elemento

Geram sentimentos

Sentimentos:

  1. Interior
  2. Privados
  3. Não consegue-se observar
  4. Menor intensidade
  5. Prolongam-se no tempo
  6. Não se associam a uma causa imediata

Geram emoções

Para Damásio as emoções e sentimentos apresentam natureza diferente: as emoções implicam alterações fisiológicas (aceleração do ritmo cardíaco e respiratório, entre outras); enquanto que o sentimento é a tomada de consciência dessas alterações fisiológicas, o ritmo a que se vão sucedendo e a sua evolução.

Emoções primárias: inatas, revelam-se úteis porque permitem reações automáticas que facilitam que o individuo fuja do perigo, estas são promovidas pelo sistema límbico (amígdala, tálamo, hipotálamo, hipocampo).

Emoções secundárias: implicam uma avaliação cognitiva dos acontecimentos, esta avaliação necessita de fazer associações com aprendizagens já feitas. Estas emoções ocorrem no córtex pré-frontal.

Componentes da emoção:

1. Reações Biológicas

2. Reações expressivas

3. Experiências conscientes

Alterações fisiológicas da emoção:

  • Respiração ofegante
  • Tremuras musculares
  • Rubor facial
  • Aceleração do ritmo cardíaco 
  • Decréscimo da secreção salivar

Perspetivas sobre as emoções:

  • Evolucionista: existem emoções que são universais, são independentes dos processos de aprendizagem ou da cultura em que se observam.
  • Fisiológica: as emoções resultam das perceções do estado do corpo, considera as alterações orgânicas como a causa e não como consequência das emoções.
  • Cognitivista: defende uma relação estreita entre os processos cognitivos e as emoções, é o modo como interpreto um acontecimento que me causa a emoção e não o acontecimento per si, a emoção é determinada pelo modo como avaliamos e representamos a situação.
  • Culturalista: as emoções são uma construção social, são aprendidas no processo de socialização, as expressões variam no tempo e no espaço em função de uma cultura.

Após pesquisas feitas a vários casos de doentes com danos cerebrais, no córtex pré-frontal, António Damásio concluiu que as emoções e os sentimentos não são um obstáculo ao funcionamento da razão, estão até envolvidas no processo de decisão.

Damásio afirma que a tomada de decisões faz-se por 2 vias:

  1. O raciocínio faz uma representação das consequências: avaliação da situação, opções possíveis, comparações lógicas, etc...
  2. A perceção da situação provoca a ativação de experiências emocionais sucedidas anteriormente em situações semelhantes.

Damásio diz que a forma como decidimos está assente na hipótese marcador somático é um mecanismo automatizado que suporta as nossas decisões, contribui para limitar o tempo de decisão.

Quando queremos tomar uma decisão fazemos uma avaliação das consequências, tentando sentir o que vai resultar de agradável ou desagradável, aqui o marcador somático atua e provoca algo no indivíduo.

Conação

Intencionalidade: Relação entre a mente ou consciência e o objeto para que está orientada

A ação é intencional sendo que a intenção diz respeito ao que o ser humano se propõe a realizar e é explicitada por aquilo que cada um quer concretizar, atingir ou obter.


Relações interpessoais

  • Impressões: noções criadas no contacto com as pessoas que nos fornecem um quadro interpretativo para as julgarmos no que elas são e nas suas reações.

  • Diretas: formada a partir da própria experiência. 

  • Indiretas: formada a partir da experiência dos outros.

Categorização social: categorizar é incluir pessoas e acontecimentos singulares em conjuntos familiares; integrar num conjunto máximo de informação, estratégias de pensamento e facilitando a atuação na realidade; identificar objetos e acontecimentos portadores de marcas; atribuir aos objetos caracterizados um complexo de ideias e emoções que passa a permanecer em cada um deles

  • É um processo racional.

Expectativa: Atitude psicoafectiva que em dadas circunstâncias leva o individuo a efetuar antecipações relativamente a determinadas ocorrências sociais. 
 
Atitudes: predisposições adquiridas e relativamente estáveis que levam o indivíduo a reagir de forma positiva ou negativa em relação a um objeto de natureza social

Dissonância Cognitiva: apesar de saber que está errado, a pessoa continua a praticar determinado ato, vive numa situação de dissonância cognitiva, facto que o deixa incomodado em virtude da contradição.


Escola Secundária São João da Talha 12ºC
Desenvolvido por Webnode
Crie o seu site grátis! Este site foi criado com a Webnode. Crie o seu gratuitamente agora! Comece agora